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Com a devida vénia a anterozóide a cujo blogue recomendo uma visita demorada.
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Com a devida vénia a anterozóide a cujo blogue recomendo uma visita demorada.
Cartaz tirado daqui
Estou convencido que vai ser um espectáculo extraordinário. E, depois de tudo, eu mereço (modéstia à parte).
Eu não quero ser professor titular
porque:
- não quero ser coordenador pedagógico de ano, ciclo ou curso;
- não quero ser director de qualquer centro de formação das associações de escolas;
- não quero coordenar nenhum departamento curricular ou conselho de docentes;
- não quero orientar a prática pedagógica supervisionada a nível de escola;
- não quero acompanhar nem apoiar a realização do período probatório de ninguém;
- não quero elaborar nem corrigir nenhumas provas nacionais de avaliação de conhecimentos e competências para admissão na carreira docente;
- não quero participar no júri da prova pública para admissão ao concurso de acesso à categoria de professor titular.
Eu quero apenas limitar-me a cumprir as minhas funções de professor:
- leccionar as disciplinas, matérias e cursos para que me encontro habilitado de acordo com as necessidades educativas dos alunos que me estejam confiados e no cumprimento do serviço docente que me seja atribuído;
- planear, organizar e preparar as actividades lectivas dirigidas à turma ou grupo de alunos nas áreas disciplinas ou matérias que me sejam distribuídas;
- conceber, aplicar, corrigir e classificar os instrumentos de avaliação das aprendizagens e participar no serviço de exames e reuniões de avaliação;
- elaborar recursos e materiais didáctico-pedagógicos e participar na respectiva avaliação;
- promover, organizar e participar em todas as actividades complementares, curriculares e extracurriculares, incluídas no plano de actividades ou projecto educativo da escola, dentro ou fora do recinto escolar ;
- assegurar as actividades de apoio educativo, executar os palnos de acompanhamento de alunos determinados pela administração educativa e cooperar na detecção e acompanhamento de dificuldades de aprendizagem;
- acompanhar e orientar as aprendizagens dos alunos, em colaboração com os respectivos pais e encarregados de educação;
- participar nas actividades de avaliação da escola;
- participar em actividades de investigação, inovação e experimentação científica e pedagógica.
Se virmos bem as coisas o meu horário de 35 (trinta e cinco) horas (25 lectivas e mais 10 para preparar as actividades, corrigir, avaliar e classificar os instrumentos didáctico-pedagógicos) não vai chegar (como já não chega) para cumprir tanta função. Só me faltava que, para além disto, ainda tivesse que exercer as funções de professor titular para as quais não tive qualquer formação, nem tenho qualquer vocação.
O meu compromisso é com os alunos e é com eles e para eles que gosto de trabalhar, apesar de a ministra tentar, todos os dias, estragar-me esse prazer.
Não quero ser professor titular porque só quero ser (e sou) PROFESSOR.
| Em todas as ruas te encontro Em todas as ruas te encontro |
António Gedeão / Rómulo de Carvalho
Parque dos Poetas - Oeiras
Tempo de Poesia
Todo o tempo é de poesia
Desde a névoa da manhã
à névoa do outro dia.
Desde a quentura do ventre
à frigidez da agonia
Todo o tempo é de poesia
Entre bombas que deflagram.
Corolas que se desdobram.
Corpos que em sangue soçobram.
Vidas que a amar se consagram.
Sob a cúpula sombria
das mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
da celeste alegoria.
Todo o tempo é de poesia.
Desde a arrumação ao caos
à confusão da harmonia.
Foi aprovado o Estatuto do Ministério à revelia dos professores, numa demonstração de como é possível prestar um mau serviço à Educação em Portugal, por uma equipa ministerial autista, irresponsável, arrogante e prepotente. Este é um Estatuto que visa apenas não gastar dinheiro com salários de professores, que pretende resolver o problema do défice à custa dos docentes.
Este Ministério, numa atitude de total desrespeito pelos professores, congelou em Agosto de 2005 a contagem de tempo de serviço para efeitos de progressão na carreira, sem ter preparada qualquer alternativa. Prepara-se para descongelar esse tempo apenas em Janeiro de 2008. São quase 3 anos de serviço. Nada a que os professores não estejam já habituados. Lembremo-nos, por exemplo, do congelamento em anos anteriores, dos aumentos de salários.
Por isso, acho que hoje é um dia de luto para a classe docente. Mas é também um dia de reforçar a luta pela dignificação duma profissão cuja tutela maltrata, desprestigia e não merece. Refira-se, no entanto, o único aspecto válido deste processo: a união dos docentes, muito bem representados pelos 14 sindicatos que compõem a Plataforma Sindical.
O comunicado que a Plataforma Sindical distribuiu à população durante o dia de hoje, cumprindo uma das acções do programa de luta contra a política educativa deste governo ditador, pode ser lido aqui.
Foto daqui
As cedências anunciadas, no Público de ontem, pelo Ministério da Educação antecipando a reunião com a Plataforma Sindical, não passam de areia atirada aos olhos dos professores, mas sobretudo aos olhos da opinião pública.
As alegadas cedências são, no meu entender, meras operações de cosmética que pretendem encobrir as necessárias alterações de fundo. E estas não são contempladas na mais recente proposta de alteração do Estatuto de Carreira Docente.
Com efeito, a forma como estas cedências foram apregoadas faz-me lembrar aqueles vendedores de feira, sem desprimor, que começam por pedir um preço demasiadamente elevado pela mercadoria que comercializam para, depois de muito se regatear, acabarem por vender pelo preço que realmente lhes convém.
Fico a aguardar que a Plataforma, a quem compete a defesa dos interesses dos professores, não tenha ficado encandeada com o "fogacho" ministerial . De resto, estou convencido de que a Plataforma se manterá firme e intransigente nessa defesa.