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"à espera de godot"

"... é uma coisa que não é, mas faz de conta que é para ver como seria se fosse."

"à espera de godot"

"... é uma coisa que não é, mas faz de conta que é para ver como seria se fosse."

30.Jul.07

cineasta poeta

660400
[Jacob Forsell - AP]

 

  "Muere Ingmar Bergman. El operador de cámara Sven Nykvist se encuentra junto al cineasta sueco Ingmar Bergman, que ha fallecido a los 89 años de edad, considerado como uno de los directores de cine clave de la segunda mitad del siglo XX" [20 minutos - es]

25.Jul.07

inconsequência II

Directora da DREN considera que decisão da ministra da Educação "foi bem tomada"
 

"A directora da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), Margarida Moreira, considerou hoje que a decisão da ministra da tutela de arquivar o processo disciplinar instaurado pela sua direcção ao professor Fernando Charrua "foi bem tomada".


Confrontada pelas posições assumidas pelo PSD, BE e CDS-PP, que hoje pediram a sua demissão, Margarida Moreira escusou-se a fazer declarações, afirmando que pediu escusa do processo pelo que não deve comentá-lo.

O processo disciplinar instaurado a Fernando Charrua foi arquivado pela ministra da Educação, que decidiu não aplicar qualquer sanção ao professor por considerar que o comentário que fez à licenciatura do primeiro-ministro, José Sócrates, se enquadra no direito à opinião.

"Sanção disciplinar poderia configurar uma limitação do direito de opinião"

Num despacho datado de ontem e divulgado hoje, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues defende que "a aplicação de uma sanção disciplinar poderia configurar uma limitação do direito de opinião e de crítica política, naturalmente inaceitável" numa sociedade democrática, uma vez que as declarações de Charrua não visavam um "superior hierárquico directo", mas o primeiro-ministro.

"Assim, determino o imediato arquivamento do processo" referente ao professor Fernando Charrua, afirma também Maria de Lurdes Rodrigues.

Apesar de não aplicar qualquer sanção, a ministra diz ter ficado provado no relatório do processo disciplinar a existência de um insulto ao primeiro-ministro, o que diz desmentir "frontalmente certas versões que circularam na comunicação social", nomeadamente quanto "ao conteúdo alegadamente inócuo ou meramente jocoso das afirmações produzidas".

O professor de Inglês Fernando Charrua, que trabalhava há quase 20 anos na DREN, foi suspenso de funções em Abril por alegadamente ter feito um comentário ao caso da licenciatura de José Sócrates na Universidade Independente, durante uma conversa com um colega, nas instalações daquela direcção regional.

O docente, que já foi deputado pelo PSD, interpôs uma providência cautelar para contestar a suspensão, mas o Ministério da Educação pôs fim à sua requisição de funções na direcção regional antes de ser conhecida a decisão judicial, pelo que Charrua acabou por regressar à escola secundária do Porto a que estava afecto.

(in Público )

...

 

Perante estes factos parece que tudo fica na mesma, ou seja, o professor Charrua, que deveria ser reintegrado na DREN, parece que vai continuar na Carolina Michaelis e a Directaora Regional, que deveria tomar a atitude mais honesta de se demitir  dum cargo para o aqual demonstrou total incompetência, irá, ao que tudo indica, manter-se impunemente na direcção desta DRE.

É a inconsequência dos actos destes políticos.

21.Jul.07

inconsequência

Exames Nacionais: Director do GAVE assume responsabilidade pelos erros nas provas de Física e Química A e Biologia

 

O director do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do Ministério da Educação assumiu hoje a sua responsabilidade pelos dois erros registados nos exames nacionais do ensino secundário, salientando, apesar disso, a qualidade "elevada" das provas.

 

"Assumo, exclusivamente, a responsabilidade por estes dois erros. Sou eu que organizo e faço a gestão do processo de realização das provas. Esse método é da minha inteira responsabilidade", afirmou Carlos Pinto Ferreira.

 

Em declarações à Agência Lusa, o responsável sublinhou que não é a ministra da Educação que faz as provas ou controla a sua qualidade, pelo que "só há um responsável": o director do GAVE".

 

"A responsabilidade é minha e intransmissível", reiterou.

 

"Apesar dos dois erros registados nos exames de Física e Química A (11º ano) e de Biologia (12º ano), que levou o ministério a anular as referidas questões e a redistribuir a cotação dessas perguntas pela restante prova, Carlos Pinto Ferreira faz um balanço "extremamente positivo" dos exames nacionais.

 

"Os exames decorreram em absoluta normalidade, em função de um maior esforço. As provas tiveram uma qualidade elevada e aquelas duas excepções confirmam a regra", acrescentou o director do GAVE, garantindo que em 2008 haverá um esforço "adicional".

 

Ou seja, alguém assume as responsabilidades dos vários erros detectados nos exames deste ano e que acontece?

 

Absolutamente NADA!!!!

 

A incompetência é uma vez mais premiada, mantendo o suspeito em actividade.

 

A responsável máxima desta situação lava as mãos com Pilatos.

 

20.Jul.07

tempo de avaliação

Chegados ao fim do ano lectivo é tempo de avaliação. É tempo de avaliarmos o trabalho do ministério da educação. Para tal, servimo-nos do excelente texto de Santana Castilho, publicado ontem, 19 de Julho, no Público, sob o título "O ano da chibata".

 

 

"Analiso as políticas educativas, na imprensa portuguesa, de forma permanente e regular, desde 1981. Digo, pesando o que digo, que este é o pior Governo para a área educativa não superior de que guardo memória.

Tudo o que seria importante para promover a qualidade do sistema de ensino ou não foi realizado ou foi objecto de medidas que degradaram ainda mais o que já era mau. A ministra da Educação e os respectivos secretários de Estado foram tecnicamente incompetentes e politicamente irresponsáveis.

Transportando para o mundo do ensino a cultura dominante da governação de Sócrates, actuaram como pequenos ditadores e 2006/2007 cola-se-lhes à acção como o ano da chibata. Longe de ser exaustivo, fundamento o que afirmo com um balanço breve do ano lectivo que ora finda. 
 

1 - As políticas para o ensino foram boçais e destituídas de visão estratégica. A ministra e os seus ajudantes mostraram ter cabeças tayloristas, convencidas de que gerir passa por fazer, pela força e pelo medo, com que os professores executem as suas ideias inconsistentes. Qualquer mudança, desde que reduzisse, economizasse e afrontasse os professores, foi considerada moderna e progressista.

O ano lectivo de 2006/2007 tinha obviamente que reflectir a verificada redução orçamental (4,2 por cento no básico e secundário e 8,2 no superior) e patentear o que o Governo privilegiava com isso: diminuir o salário dos professores; piorar as condições em que exercem a profissão; cortar-lhes direitos protegidos pela lei que os próprios carrascos produziram (vide as decisões dos tribunais sobre as remunerações das aulas de substituição); tornar cada vez mais precárias as condições contratuais, em obediência aos cânones da liberalização selvagem; fechar escolas (900 a somar às 1400 do ano transacto).

Tudo em nome do défice. Mas o défice que hoje nos condiciona a vida foi-se acumulando ao longo dos tempos, sob responsabilidade de políticos com nome, vivos e bem instalados na vida. Sem vergonha e sem contrição pública, alguns voltaram ao exercício político e censuram hoje, displicentemente, aquilo por que foram responsáveis ontem.

Para que não me acuse de ficar no vago, concretize o leitor respondendo: quem foi o político que concebeu o modelo retributivo do funcionalismo público, que tantos elegem hoje como a desgraça do Estado? Como se chama o megalómano que decidiu gastar milhões em dez estádios de futebol, num país que manda as filhas parir no estrangeiro e convoca para intervenções cirúrgicas velhos já mortos, cegos, apodrecidos em anos de espera por uma simples operação às cataratas? Qual o peso que sobrou para o défice público da saga de Cahora Bassa e quem são os políticos por ela responsável?

Concedendo, sem mais discussão, que não nos podemos eximir às regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento (que nome mais impróprio) e à lógica da globalização sem rei nem roque, os três exemplos anteriores, de uma infindável lista, e o contexto em que ocorreram, justificariam uma metodologia bem diferente para tratar os professores. Só incultos ou desumanos não o entendem.

2 - O recente concurso de "professor titular", a que foram opositores os docentes dos anteriores 8.°, 9.° e 10.° escalões, é bem o paradigma da trapalhada, da injustiça e do improviso em que se afunda a 5 de Outubro: duma vida inteira de profissão, iluminados decidiram que só uns anos contam; dos cargos, os mesmos deram preferência aos administrativos; durante a semana em que o concurso decorreu, pôde o país verificar, atónito, que consoante os dias assim a posse do grau de mestre somava ou retirava pontos ao número necessário, como o exercício de cargos políticos equivalia ou deixava de equivaler a serviço docente; concorrentes ao concurso integraram órgãos de verificação e validação de dados, ou seja, foram juízes em causa própria, com um quadro referencial de confusão e bagunça, o que faz prever uma bela caldeirada conflitual final. Imaginar-se-ia pior?

3 - Se do lado dos professores o ano foi mau, do lado dos alunos só podia ser pior. Os exames, fundamentais como sempre tenho defendido, mas longe de tudo resolverem ou serem o mais importante de todo o processo, são o motivo, por via dos respectivos resultados, para que o país acorde, embora só por escassos dias.

Há semanas, depois de múltiplas decisões judiciais contra o Governo, o Tribunal Constitucional decretou a inconstitucionalidade de um despacho do secretário de Estado Valter Lemos, sobre os exames, que prejudicou 10.000 alunos e beneficiou 5000, em violação da igualdade que deve presidir ao tratamento dos cidadãos num Estado de direito. Que aconteceu? Nada! Nem a ele nem à ministra que defendeu, contra tudo e contra todos, com a arrogância que lhe conhecemos, o indefensável.

A cena da Física do ano passado ditou a demagogia primária deste ano. Da multiplicidade de exames, correspondentes à confusão de programas vigentes, encontrou-se o menor denominador comum e decretou-se o exame único: uma farsa, um desrespeito pelo trabalho dos alunos, das escolas e dos professores.

Mas a redução do número de provas não isentou de erros a produção dos exames. Lá voltámos a ter 36.000 alunos confrontados com uma pergunta a que nenhum poderia responder, por ser rematada asneira. Que fez a ministra? Achou irrelevante e engendrou a solução tecnicamente bruta que os pais foram contestar em tribunal. Até quando?

Sem contenção de linguagem e sem o mínimo rigor pedagógico e científico, a ministra ligou o Plano da Matemática, com escassos meses de acção, incompleta, mesmo assim, por incumprimento seu, aos resultados dos exames que estariam para vir. Quando apareceram os primeiros, do 12.° ano, que nada têm com o famigerado plano, que apenas contempla o ensino básico, embandeirou em arco e insinuou uma relação que não existe.

Finalmente, deve ter mordido a língua quando foram conhecidos os do básico, os piores de sempre, que reduziram ao ridículo as declarações que produziu antes. Terá ao menos realizado que falou dos êxitos das suas políticas como os talibans falam de Alá ou as beatas da Senhora de Fátima?

No ano que ora finda, nada do que pode mudar o desastre foi realizado. A trapalhada do edifício curricular permaneceu incólume, assim como a incoerência dos programas de estudo.

Aumentou o facilitismo e a idiotização do ensino. Subalternizou-se ainda mais a Literatura no ensino do Português. Empurrou-se para debaixo da mesa a trapalhada da TLEBS. Liquidou-se a Filosofia.

Manteve-se uma dispersão assassina e ignorante de solicitações aos alunos (12 disciplinas no 3.° ciclo do básico e mais tempo de permanência na escola que os operários nas fábricas, não é de loucos?).

Mudou-se a estrutura orgânica do ministério, deixando-o igualmente centralizador e burocrático. Promoveu-se o clientelismo e premiou-se a delação e o servilismo. Mudou-se a legislação disciplinar, mas continua a ser mais fácil falsificar uma nota de 50 que actuar com eficácia sobre os pequenos delinquentes, que tornam a vida dos colegas e dos professores um martírio diário. Nada mexeu quanto ao anacronismo da gestão das escolas.

Professores, vítimas de cancros em fase terminal, foram indignamente chibatados para morrerem no posto, em nome duma lógica economicista que rejeita aquisições civilizacionais básicas. Mal haja, senhora ministra."

 

 

 

Perante este cenário, só há uma atitude honesta a tomar em relação a este ministério: propor a retenção dos seus responsáveis, elaborando desde já um plano de recuperação e outro de acompanhamento, para não voltarem a cometer tais desvarios.

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